Teste de Segurança Elétrica: por que realizar em equipamentos médicos?

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O Teste de Segurança Elétrica

 

Dentro das Unidades de Saúde, existem alguns equipamentos médicos que possuem dispositivos elétricos que entram em contato direto com o paciente, e consequentemente podem estar em contato com o coração.

Como estes dispositivos são alimentados por eletricidade ou por uma fonte de energia (baterias), há um risco para o paciente, na eventualidade de haver um vazamento de corrente elétrica.

Também, pode haver situações de algum profissional transmitir essa corrente elétrica ao paciente no momento de operação do equipamento eletromédico.

As disfunções ocasionadas pelo choque elétrico são desde uma sensação de zunido até queimaduras graves e eletrocussão, podendo gerar até a morte.

Alguns procedimentos cardíacos, por exemplo, podem trazer riscos de fibrilação cardíaca, mesmo que por correntes baixas (20 microamperes), pois componentes como o sangue e os músculos, possuem baixa resistência elétrica.

Assim é possível ver a importância de estar em alerta com a segurança elétrica dos equipamentos e a necessidade de realizar Testes de Segurança Elétrica (TSE), garantindo a qualidade desses dispositivos médicos.

Normas criadas para TSE

Algumas normas foram criadas para auxiliar técnicos, engenheiros e gestores quanto a segurança elétrica dos equipamentos, assegurar a correta funcionalidade dos equipamentos médicos. Essas normas diferem em relação a critério, medição e protocolo.

Pode-se encontrar normas gerais e normas específicas para cada tipo de equipamento. Porém, as principais são criadas pela ISO (International Organization for Standardiztion) e IEC (International Electrotechnical Commission) baseadas em práticas Européias, fornecendo normas mundiais em parceria com a WTO (World Trade Organization).

Normas mães da Segurança Elétrica- NBR IEC 60601 e 62353

A principal norma para dispositivos médicos é a NBR IEC 60601 que determina que sejam testados elementos cuja falha poderia acarretar risco de segurança, em condição normal ou anormal, sob uma só falha.

Os testes básicos de segurança elétrica incluem:

  • Verificação visual de cabos, plugues e conectores;
  • Medição da resistência do fio de aterramento;
  • Medição do isolamento do chassis e do fio de contato com o paciente;
  • Correntes de fuga e corrente auxiliar do paciente

A norma IEC 62353, é usada para testes de dispositivos médicos em hospitais, onde há um gerenciamento de risco maior. Os testes são feitos nos equipamentos antes de serem usados nos pacientes, durante o testes periódicos e após o reparo.

Essa norma é somente aplicada para equipamentos que cumprem a NBR 60601. Alguns requisitos de documentação são exigidos a ser seguidos, como:

  • Identificação do grupo de teste (departamento do hospital, organização do serviço independente, fabricante)
  • Nomes dos profissionais que efetuaram os testes e as avaliações
  • Identificação do equipamento/sistema (por exemplo, tipo, número serial, número do inventário) e dos acessórios testados
  • Testes e medições
  • Data, tipo e efeitos/ resultados de: inspeções visuais, medições (valores, método e equipamento de medição), testes funcionais
  • Conclusão da avaliação
  • Data e assinatura do profissional que efetuou a avaliação

Considerações Finais

Na maioria das Unidades de Saúde, o armazenamento de dados dos TSE são computadorizados, ponto facilitador para a rastreabilidade e facilidade de consulta, além de revisões e análise dos dados obtidos.

É de extrema importância obter segurança e qualidade nos serviços das Instituições de Saúde e por isso é fundamental a realização dos testes de segurança elétrica na gestão e manutenção dos equipamentos médicos.

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Tássia Lais Maganha

Tássia Lais Maganha

Tássia Laís Maganha é Engenheira Biomédica pela Universidade Federal de Uberlândia e especialista em Engenharia Clínica. Seu primeiro contato na área foi na Conselt - Empresa Júnior de Consultoria em Engenharia Elétrica e Engenharia Biomédica como diretora de Recursos Humanos. Fez parte do Núcleo de Empresas Juniores da UFU. Atuou como estagiária no Hospital de Clínicas da UFU, no setor de Engenharia Clínica, tendo como principais atividades manutenções preventivas e corretivas dos equipamentos médico-hospitalares. "Decidi me especializar na área de Engenharia Clínica, pois além de ser apaixonada pelo setor da saúde, acredito que com a tecnologia e ferramentas de gestão, podemos ter uma saúde com segurança e qualidade."
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