Como aumentar a performance de Teste de Segurança Elétrica (TSE)?

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Nas instituições de saúde a segurança dos equipamentos deve ser uma preocupação constante dos gestores, visto que as consequências podem ser graves e suspender provisória ou permanente as atividades de um equipamento, por causar danos permanentes ou reversíveis aos pacientes.

Os Testes de Segurança Elétrica (TSE), são uma dessas medidas que podem evitar essas situações. E as normas a serem seguidas para efetivar os Testes de Segurança Elétrica são: NBR IEC 60601 e IEC 62353.

Como realizar o Teste de Segurança Elétrica?

Primeiramente, de acordo com a norma IEC 62353, deve-se ter em mente que é recomendado fazer o TSE nas seguintes situações:

  • Testes periódicos
  • Testes pós manutenção
  • Testes antes do primeiro uso, depois de instalado o equipamento no local de uso

Também deve ser feito uma documentação para registro e qualidade do processo, que pode ser consultado no artigo previamente publicado:Um Check List e análise do Teste de Segurança Elétrica (TSE) nas exigências das normas”.

São feitos 4 tipos de ensaio requisitados pela norma: resistência de aterramento, corrente de fuga, resistência de isolamento e funcional. Abaixo segue uma ordem do TSE:

Fluxo Teste de segurança elétrica

Os TSE são executados conforme a classe do equipamento e o modelo de peças aplicadas. Também são determinados pelo grau de proteção contra choque elétrico (existem aparelhos alimentados com energia interna e outros com fonte externa).

Ensaio de Aterramento     

Aterramento é utilizado para proteção contra acidentes. O sistema consiste em um condutor ligado a uma rede de aterramento (solo – terra). Portanto os riscos de sofrer um choque elétrico são mínimos.

Através de um dispositivo é aplicado uma corrente, não menos que 200mA em uma resistência de 500mΩ e com tensão em circuito aberto não maior que 24V.

Ensaio Corrente de Fuga

A corrente de fuga é uma corrente não funcional que provém normalmente de um isolamento impróprio e acaba fluindo para o aterramento de segurança e gabinete do equipamento.

Pode ocorrer do gabinete para o terra através de uma pessoa. Ou da parte aplicada de um equipamento para o terra, através do paciente.

O ensaio de corrente de fuga ajuda a identificar os seguintes defeitos:

  • Isolamentos inadequados
  • Isolantes danificados
  • Fio e emendas mal isolados
  • Fio e cabos ligados inadequadamente

Ensaio Resistência de isolamento

A resistência de isolamento, é a resistência elétrica de um material isolante e em boas condições ela é alta. Esse ensaio é para testar os isolamentos dos equipamentos, para que não flua corrente quando tocar no equipamento.

A norma especifica que o ensaio é feito aplicando 500V de tensão contínua entre os dois pontos de teste. A norma recomenta realização com a instrução do fabricante.

Ensaio Funcional

A norma exige que as funções do equipamento devem ser testadas de acordo com as recomendações do fabricante. Não há procedimento padrão para esse teste, já que o funcionamento de diferentes tipos de equipamento pode não ter nenhuma relação.

Diferença do método manual e automatizado

Como sabemos existem duas formas de fazer o TSE, pode ser tanto manual quando automatizado.

O modo manual exige que o profissional faça todos os ensaios de aterramento, corrente de fuga, isolamento e funcional, além das anotações e relatórios manualmente.

Já o modo automatizado, oferece a vantagem dos ensaios serem feitos de forma rápida e fácil através de um analisador de TSE. Facilitando o trabalho do técnico nos ensaios e fornecendo informações rapidamente.

Assim é possível obter os dados de forma fácil e rápida, podendo gerar relatórios, gráficos e indicadores com os dados colocados no computador.

É possível também, encontrar softwares que disponibilizam as ferramentas necessárias para emitir esses relatórios, gráficos e indicadores de forma rápida, somente pondo os resultados do Teste de Segurança Elétrica.

Conclusão

Os TSE são etapas de extrema importância para evitar riscos tanto para os operadores quanto para os pacientes. É responsabilidade dos gestores e técnicos adaptarem esses procedimentos de forma segura e certificada pela ANVISA.

Ferramentas como analisadores e softwares para auxiliar este procedimento já existem e podem ser adquiridos para os Estabelecimentos de Saúde. Tornando uma atividade rápida, fácil, segura e de qualidade.

 

Tássia Lais Maganha

Tássia Lais Maganha

Tássia Laís Maganha é Engenheira Biomédica pela Universidade Federal de Uberlândia e especialista em Engenharia Clínica. Seu primeiro contato na área foi na Conselt - Empresa Júnior de Consultoria em Engenharia Elétrica e Engenharia Biomédica como diretora de Recursos Humanos. Fez parte do Núcleo de Empresas Juniores da UFU. Atuou como estagiária no Hospital de Clínicas da UFU, no setor de Engenharia Clínica, tendo como principais atividades manutenções preventivas e corretivas dos equipamentos médico-hospitalares. "Decidi me especializar na área de Engenharia Clínica, pois além de ser apaixonada pelo setor da saúde, acredito que com a tecnologia e ferramentas de gestão, podemos ter uma saúde com segurança e qualidade."
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