Tecnovigilância :saiba com implantar no seu hospital

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A preocupação com a segurança clínica do paciente é um tema constante em todas as instituições de saúde. Nesse sentido é importante adotar medidas para identificar, resolver ou prevenir situações que possam causar dano reversível ou permanente ao paciente.

Pensando nisso e seguindo as determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, é imprescindível implantar a farmacovigilância, hemovigilância e tecnovigilância, sendo esta última o foco do artigo de hoje.

Se você ainda não implantou a tecnovigilância em seu hospital, siga as dicas que daremos a seguir e programa-se!

Saiba o que significa tecnovigilância

A farmacovigilância é responsável por identificar, analisar, mensurar e solucionar os problemas decorrentes da utilização de medicamentos, enquanto a hemovigilância direciona essas atividades para os compostos de sangue e transfusões em pacientes.

Já a tecnovigilância se volta para a identificação, monitoramento, prevenção e ações relacionadas à segurança clínica dos equipamentos médicos. Por isso, também deve ser implantada nas instituições hospitalares para alcançar o nível de excelência em saúde.

Faça um inventário dos equipamentos hospitalares

Comece fazendo um inventário do maquinário hospitalar disponível. Nele será possível identificar os equipamentos obsoletos, os que necessitam de calibração, manutenção preventiva ou corretiva e ainda aqueles que estão novos, mas sem utilidade.

A partir dessa análise o setor de engenharia clínica poderá identificar as peças dos equipamentos que possam causar danos elétricos ou físicos, trazendo prejuízos aos pacientes. Essas tecnologias receberão uma identificação de risco e, em seguida, serão elaborados procedimentos operacionais padrão direcionados aos problemas que elas possam ocasionar.

Elabore procedimentos padronizados

A elaboração de Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs) é uma determinação da Anvisa e garante informação detalhada sobre os equipamentos médicos. Por isso, a equipe de engenharia clínica do hospital deve estruturar os POPs de forma que seja possível detectar e corrigir pequenas irregularidades por parte dos funcionários do setor.

Também devem ser estruturadas nesses documentos ações relacionadas aos primeiros socorros em caso de acidentes envolvendo os pacientes. Deve-se detalhar a maneira de retirar o paciente do local, as primeiras medidas de cuidado e a forma de registro que será feita a posteriori.

Comunique irregularidades ao setor de Engenharia Clínica

O Serviço de Engenharia Clínica de um hospital é responsável pelo funcionamento ótimo de todas as tecnologias em saúde. Por isso, é fundamental recorrer aos funcionários capacitados desse departamento em caso de falhas.

Essas irregularidades podem ser provenientes de problemas elétricos, físicos, químicos, manuseio inadequado das peças, deterioração precoce dos componentes etc. Somente os técnicos com conhecimento específico poderão distinguir se o problema é pequeno ou grave e o quanto isso pode comprometer a produtividade dos serviços clínicos.

Notifique os principais danos ao paciente para a Anvisa

Qualquer dano causado ao paciente que possa ser atribuído à utilização de um equipamento médico deve ser notificado imediatamente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Essa instituição avaliará as informações coletadas pelo hospital e poderá tomar medidas preventivas para todo o Brasil, que incluem desde a interdição e recolhimento da tecnologia até a suspensão da comercialização.

Por isso, é importante detalhar todo o problema, verificar de maneira adequada seu funcionamento, monitorar sua utilização e registrar os problemas no setor de Engenharia Clínica.

A tecnovigilância significa monitorar o funcionamento e a avaliação dos riscos ao utilizar equipamentos para as funções de diagnóstico e tratamento de problemas de saúde. O engenheiro clínico é o responsável por acompanhar o processo de implantação e manutenção do serviço. Por isso, caso seu hospital ainda não tenha essa atividade desenvolvida, comece gradativamente seguindo as dicas que mostramos.

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Thiago Bajur

Thiago Bajur

Thiago Bajur é co-fundador da Arkmeds. Escreveu um livro aos 11 anos de idade, o Zot. Estudou Engenharia de Sistemas Médicos na OVGU, Magdeburg Alemanha. Desenvolveu o primeiro analisador de segurança elétrica automático do Brasil. Já foi Juiz na German RoboCup, maior evento de Robótica do mundo. É Apaixonado por inovação e quer transformar a forma como é vista a Engenharia Clínica.
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