Por que adotar o Monitoramento de Temperatura para controlar bancos de sangue?

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Você sabe como é feito o monitoramento de temperatura em bancos de sangue?

Ainda é muito comum que o monitoramento de temperatura dos hospitais seja feito manualmente, ou seja, periodicamente um profissional verifica a temperatura do ambiente através de um termômetro e transcreve as medições em uma planilha para em seguida montar relatórios, e assim é feito o controle de temperatura.

O monitoramento manual é o método mais utilizado devido ao seu baixo custo inicial, pois não exige a compra e a instalação de equipamentos  e softwares específicos. Porém, na maioria das vezes, com o passar do tempo este método acaba custando caro, pois está sujeito a falhas humanas, demanda muito tempo dos funcionários, não é muito preciso e além disso, como as rondas são feitas com um determinado espaço de tempo há grandes riscos de ocorrer problemas críticos no período entre as verificações.

A exemplo disto pode-se citar o que ocorreu em um posto de saúde de Campinas (SP) que perdeu todo o seu estoque de vacinas em Janeiro de 2015 devido a queda de energia na região. A falta de energia fez com que 800 doses de vacinas ficassem fora da sua faixa de temperatura ideal por um período de tempo maior que o permitido, trazendo um grande prejuízo aos cofres públicos. Isso poderia ter sido evitado caso houvesse o monitoramento de temperatura no posto de saúde, pois com o monitoramento a fragilidade da câmara fria que armazenava as vacinas teria sido identificada e o procedimento de emergência seria inicializado rapidamente, evitando tamanha perda.

Monitoramento Automatizado

Com o intuito de solucionar os problemas decorrentes do monitoramento manual foram desenvolvidos diversos sistemas que realizam esse trabalho automaticamente, surgindo então o monitoramento automatizado.

O monitoramento automatizado é feito por hardwares que medem a temperatura constantemente e enviam os dados das medições em tempo real através de um software capaz de analisar os dados, apresentar a temperatura atual, gerar gráficos com a variação da temperatura ao longo do tempo e também, emitir alertas sonoros e escritos por meio de mensagens e emails caso a temperatura esteja fora da faixa ideal, previamente informada.

Controle de Temperatura em Bancos de Sangue

Você já deve ter percebido que o monitoramento de temperatura é de extrema importância para a preservação da qualidade dos produtos termolábeis, mas quando se trata da preparação de componentes sanguíneos, o monitoramento se torna ainda mais essencial, devido a preciosidade desses insumos em relação a vida humana.

Insumos como o sangue e seus derivados são extremamente sensíveis a variações térmicas. Pode-se tomar como exemplo o plasma, que se conservado a temperaturas entre 25°C negativos e 18°C negativos possui 12 meses de validade, enquanto se congelado a temperaturas inferiores a 25°C negativos sua validade é de 24 meses.

Sendo assim, esse tipo de insumo exige uma maior atenção, tendo que controlar a temperatura do sangue desde a sua coleta até o momento de enfim ministrá-lo no paciente. Caso o insumo fique fora de sua faixa de temperatura ideal, o mesmo pode ser comprometido, ocasionando no seu descarte.

Além disso, o responsável pelo controle de temperatura do banco de sangue deve se ater ao fato de que a temperatura de armazenamento do sangue total e de seus derivados, pode ser diferente, por exemplo, as células vermelhas e o concentrado de hemácias devem ser armazenados a uma faixa de temperatura de 2°C à 6°C, já as plaquetas a uma temperatura entre 20°C e 24°C sob agitação constante.

Com tamanha diferença de temperatura de armazenamento entre os insumos, o processo de monitoramento se torna mais complexo, levando a necessidade de se fazer uso de um método ágil e eficaz.

Benefícios do Monitoramento Automatizado no Controle de Bancos de Sangue

A automatização de todo o monitoramento de temperatura de bancos de sangue leva a uma garantia de que a temperatura a qual o insumo está submetido a qualquer momento é a correta, pois caso a temperatura não seja ideal o equipamento irá sinalizar, fazendo com que não haja necessidade de realizar rondas de medição.

Além disso, ter apenas um sistema responsável pelo monitoramento de todos os insumos em seus diferentes processos e suas diferentes etapas, simplifica o trabalho de controle de temperatura.

Considerações Finais

Para que o monitoramento de temperatura seja feito de maneira eficiente é essencial que os responsáveis por esse trabalho tenham conhecimento das normas e medidas de temperatura ideal em todos os processos de armazenamento do sangue e de seus derivados e total conhecimento do software utilizado para o controle de temperatura. Garantindo então, que a taxa de erros e a perda de insumos sejam pequenos, e principalmente, garantindo a qualidade do insumo que será ministrado no paciente.

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Ludimila Fernandes

Ludimila Fernandes

Ludimila Fernandes é estudante de engenharia biomédica na Universidade Federal de Uberlândia - UFU, onde desenvolve um biossensor à base de moringa oleífera como projeto de iniciação científica. Já trabalhou como desenvolvedora em uma startup voltada para área da saúde, coordenando projetos de telemedicina. Tem um grande interesse pela engenharia clínica, buscando sempre aprofundar seus conhecimentos em gestão e tecnologias hospitalares, com o intuito de contribuir com o crescimento da área e seu reconhecimento.
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