Engenharia Clínica

Tudo o que você precisa saber nesse megapost completo

“A Engenharia Clínica é um campo do conhecimento que deriva da engenharia biomédica e que foca na gestão de tecnologias de saúde, usando conhecimentos de engenharia e técnicas gerenciais para proporcionar uma melhoria nos cuidados dispensados ao paciente.” Wikepedia.

 Essa é apenas uma das definições que se encontra por ai.

Mas além de saber o que é você deseja  ajudar a transformar o cenário da Engenharia Clínica no Brasil?

Caso sua resposta seja “sim”, criamos esse guia completo para que você entenda tudo sobre Engenharia Clínica, as melhores práticas seguidas pelas referências do setor, como se tornar um profissional concorrido pelos maiores hospitais do Brasil e muito mais.

Venha com a gente e vamos começar agora mesmo!

Antes de continuarmos nosso estudo sobre Engenharia Clínica, devo avisar que esse é um post longo. Por isso, disponibilizamos este conteúdo para download! Basta acessar o link abaixo:

Capitulo 1 - História da Engenharia Clínica

Como podemos definir a Engenharia Clínica?

Definir o que é a Engenharia Clínica em uma frase não é fácil…

Podemos dizer que se trata de um campo de atuação interdisciplinar praticado em diversos ambientes voltados para a atenção a saúde do paciente e por profissionais com as mais diversas competências.

Dentre os profissionais que compõem o setor, a definição do engenheiro clínico segundo o American College of Clinical Engineering (ACCE) explica bem o papel do setor:

Um Engenheiro Clínico é o profissional que apoia e promove o atendimento ao paciente, aplicando habilidades de engenharia e gerenciamento à tecnologia de assistência médica.

Histórico nos EUA

timeline engenharia clinica

 Os anos pós Segunda Guerra Mundial são considerados o período de ouro da eletrônica médica com a introdução em larga escala, por exemplo, de ultra-sons, tomógrafos e analisadores.

No início da década de 1960 os custos com a saúde aumentavam exponencialmente devido, principalmente, a introdução de novas tecnologias ao setor. Essas novas tecnologias não eram acompanhadas com instruções para instalação e utilização, o que dificultava o trabalho dos médicos.

Dessa maneira, ficava cada vez mais evidente a importância de um profissional responsável por assumir essas competências e prover um sistema de automação e comunicação eficiente: o engenheiro clínico.

Nas décadas seguintes, o engenheiro clínico foi assumindo papel central não somente como responsável dos equipamentos mas também por gerenciar as tecnologias. Com os hospitais visando atender cada vez mais e melhor os pacientes e a real necessidade de diminuir os gastos com equipamentos parados e manutenções não programadas, por exemplo, o papel do engenheiro clínico passou a ser cada vez mais gerencial e de tomadas de decisão.

Podemos, portanto, traçar um caminho de evolução nas primeiras décadas da engenharia clínica nos EUA de acordo com a timeline ao lado:

Histórico no Brasil

Diferentemente dos EUA e outras regiões do mundo, o setor de Engenharia Clínica no Brasil começou a ter força no inicio da década de 1990. O motivo principal não foi a preocupação com a segurança ou o gerenciamento de riscos mas sim o fato de que cerca de 20% do parque tecnológico estava parado, o que representava um prejuízo de aproximadamente 1 bilhão de reais anuais.

engenheiro clínico
Pontos de contato do engenheiro clínico

Além disso, na década de 1990 também surgiram os primeiros cursos de especialização em Engenharia Clínica e as primeiras normas de segurança para equipamentos médicos: NBR-IEC 601-1 e NBR-IEC 601-2.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem trabalhado cada vez mais para estabelecer critérios para o gerenciamento de tecnologias em saúde a fim de melhorar aspectos como eficácia e segurança dos pacientes.

Com isso, engenheiros clínicos necessitam estar em contato com diversos setores dentro dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS), como evidenciado na imagem.

 

Capítulo 2 - O engenheiro clínico

Quem pode ser engenheiro clínico

engenheiro clínicoMuitas dúvidas surgem ao se questionar quem pode exercer a profissão, principalmente por não existir uma graduação específica de Engenharia Clínica.

Dessa maneira, o primeiro requisito é:

Profissional devidamente reconhecido pelo sistema CONFEA/CREA.

Vale ressaltar que um engenheiro apresenta suas atribuições em seu registro CONFEA/CREA conforme a Resolução Nº 218, de Junho de 1973 que discrimina atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Dentre as atividades presentes nessa resolução podemos destacar:

Atividade 01 – Supervisão, coordenação e orientação técnica;
Atividade 02 – Estudo, planejamento, projeto e especificação;
Atividade 10 – Padronização, mensuração e controle de qualidade;
Atividade 15 – Condução de equipe desinstalação, montagem, operação, reparo ou manutenção;
 
Como sabemos, as atividades exigidas para um engenheiro clínico são muitas, e um profissional capaz de atender todos os requisitos é muito difícil de ser encontrado.
Hoje, uma especialização em Engenharia Clínica confere a maior gama de possibilidades, porém mesmo assim não abrange a totalidade.
 

Há ainda quem questione a obrigatoriedade de a Engenharia Clínica ser exercida somente por engenheiros, alegando, dentre outros fatos, que essa medida apenas contribui para a grande carência de profissionais na área.

 
E você? O que acha? Deixa sua opinião aqui nos comentários!

Principais funções de um engenheiro clínico

Dentre as mais diversas funções, vale ressaltar 5:

  1. Participar do processo de aquisição de equipamentos hospitalares e treinar funcionários
  2. Gerenciar resíduos sólidos  da instituição
  3. Planejar, definir e executar as questões financeiras
  4. Fazer análise crítica dos contratos do clientes com prestadores de serviço
  5. Realizar a gestão da infraestrutura

Porém há algo que muitos pensam de maneira equivocada:

o engenheiro clínico NÃO executa suas funções somente no pós obra!

Separamos um artigo falando um pouco mais sobre essas funções desempenhadas pelos engenheiros clínicos, vale a pena conferir!

O mercado para o engenheiro clínico

Capítulo 3 - Engenharia Clínica nas Instituições de Saúde

Competências do setor de Engenharia Clínica

O setor de Engenharia Clínica é responsável por conduzir programas de gestão de equipamentos que vão desde a aquisição e implantação dos mesmos até o controle do inventário.

Além disso, deve estar em constante comunicação com médicos e enfermeiros para, em conjunto, identificarem falhas e possíveis melhorias que assegurem a integridade do paciente.

É responsabilidade do setor tomar as medidas necessárias sempre que algum equipamento apresentar qualquer falha, desde a substituição até a identificação das causas e possíveis responsáveis para que futuros erros possam ser evitados.

Por fim, deve haver um contínuo treinamento de toda a equipe para que possam atingir cada vez mais metas ambiciosas a fim de minimizar os danos à saúde do paciente e maximizar a utilização dos recursos.

Modalidades do setor de Engenharia Clínica

modalidades engenharia clínicaMuitas dúvidas surgem na hora de decidir por qual modelo seguir.

Investir na construção de um setor interno que contemple todas atividades, terceirizar para uma empresa especializada e focar na atividade fim do hospital ou até mesmo mesclar as duas opções.

A seguir vamos explicar cada umas delas e ao final definir qual melhor opção adotar:

Implementação interna do setor de Engenharia Clínica

Alguns hospitais decidem ter todo o serviço de Engenharia Clínica realizado internamente.

Para tal é preciso implementar, por exemplo, um laboratório de calibração bem como adquirir equipamentos como simuladores e analisadores para realizar as atividades.

Outro ponto é a contratação de toda a equipe dos engenheiros clínicos aos técnicos e consequentemente realizar o treinamento dos mesmos.

Vale ressaltar que todo esse processo leva a tempo, porém o retorno financeiro ao longo do tempo tende a  ser muito positivo.

Terceirização do setor de Engenharia Clínica

Para terceirizar os serviços de engenharia clínica é primordial que o gestor faça o levantamento das principais necessidades de saúde que se beneficiarão dessa situação.

Além disso, é importante pesar os custos entre manter um serviço terceirizado ou uma unidade própria, o número e a qualificação profissional dos engenheiros clínicos envolvidos, bem como a equipe técnica de suporte e a demanda.

Mesmo que o gestor opte pela terceirização da engenharia clínica, ele precisa acompanhar adequadamente as atividades exercidas para não incorrer em problemas de responsabilidade conjunta em casos mais complexos.

Modalidade mista do setor de Engenharia Clínica

Como dito acima, um dos maiores problemas ao se terceirizar a Engenharia Clínica por completo é o preço investido.

Uma alternativa adotada por muitos hospitais é a criação de uma equipe mista.

E como isso funciona?

Existem algumas possibilidades, mas as mais comuns são:

  • a instituição de saúde fica responsável pela contratação da mão de obra, ou seja, aqueles que vão realizar os procedimentos como manutenções preventivas, corretivas, calibrações… Já a parte de treinamento dessa equipe, gestão de qualidade e implementação de processos fica por conta de uma empresa terceirizada.
  • a instituição de saúde contrata um engenheiro clínico que será responsável por toda a inteligência necessária e terceiriza a mão de obra.

dúvida

Agora você deve se perguntar: qual dessas modalidades devo adotar?

E a resposta é: DEPENDE!

Existem diversos fatores que influenciam nessa decisão. Dentre eles, destacamos:

Demanda: um hospital de menor porte que apresenta uma demanda baixa de calibrações, por exemplo, pode ser melhor contar com uma empresa terceirizada.

Orçamento para investimento: para hospitais maiores, o capital disponível para investimento no setor pode ser suficiente para implementação de um laboratório de calibração, por exemplo. Contudo, um hospital menor provavelmente não consegue adquirir toda a infraestrutura necessária e pode implementar a modalidade mista.

Fabricante dos equipamentos: em algumas situações, a fabricante exige que as manutenções e calibrações sejam feitas por empresas autorizadas. Dessa maneira, uma equipe totalmente interna pode não fazer sentido.

Tempo de resposta: ter todo o parque tecnológico em pleno funcionamento a todo momento é primordial para entregar um serviço de excelência. Dessa maneira, caso na região do hospital não tenha prestadores de serviço suficientes para atender qualquer situação, a contratação de uma equipe interna muitas vezes é necessária.

Existem outros fatores como tempo para treinar uma equipe interna, saída de funcionários, preço cobrado pelos prestadores de serviço que influenciam na decisão .

De fato é necessário pesar todos esses fatores pois uma decisão equivocada pode acarretar na perda milhões!

Capítulo 4 - Gestão eficiente da Engenharia Clínica

Indicadores de desempenho

É fundamental sempre lembrar que o papel do engenheiro clínico é identificar, mensurar e controlar os principais indicadores que refletirão na eficiência dos serviços ou nos gastos excessivos com todos os processos de sua responsabilidade.

Podemos classificar os indicadores em três principais grupos:

indicadores engenharia clinica

 

Além dos principais indicadores citados a cima, podemos destacar os relacionados a efetividade dos equipamentos e à integridade dos paciente.

Se quiser mais detalhes dos indicadores temos um post em nosso blog falando mais dos 9 principais indicadores citados.

Plano de educação continuada

Pense em como você estava a 10 ou 15 anos atrás.

provavelmente muita coisa mudou não é mesmo?

Se, por exemplo, uma pessoa acordasse do estado de coma que estava desde 2000, ela certamente ficaria completamente perdida com todas os avanços dos últimos anos.

Isso tudo não é diferente no campo da saúde.

Pergunte aos seus familiares mais experientes como eram os recursos disponíveis, a qualidade no atendimento dos hospitais.Por esse motivo torna-se fundamental que o setor de Engenharia Clínica tenha um plano de treinamento contínuo de toda a equipe.

Os conhecimentos obtidos na faculdade não são suficientes para se manter atualizado!

Desde treinamentos da operação dos equipamentos médicos até a introdução de novos conceitos como Big Data e realidade virtual. Sem esse constante aprendizado certamente toda a equipe estará fora do mercado em pouco tempo.

educação continuada
Fonte: slideshare.net/karlomedeiros

A previsão para os próximos anos é de crescimento exponencial de novas tecnologias em todos setores.

 

Mas e ai? Como preparar a equipe para as novas tecnologias?

1 – Participe de eventos/congressos/conferências da área

Todo ano são realizados grande encontros que reunem as principais empresas e referências. Essa é uma excelente oportunidade de conhecer novas práticas e tecnologias bem como um networking que você não consegue ficando em casa.

Pensando nisso, decidimos criar um guia com os principais eventos da área da saúde que ocorrerão em 2019:

2 – Faça cursos/treinamentos com profissionais de referência

Como já comentamos, as atribuições da engenharia clínica não são cobertas em um único curso. O mais comum é, após uma formação inicial, o profissional se especializar em uma das vertentes.

Caso você ou sua empresa tenha o desejo de iniciar essa nova atividade, absorver o conhecimento por conta própria pode ser muito difícil e demorado.

Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe.

Essa frase faz muito sentido dentro da Engenharia Clínica.

Se você tiver a oportunidade de fazer um curso ou treinamento com um profissional experiente na área certamente não vai se arrepender.

arkmeds academy

Acreditamos tanto nessa ideia que decidimos criar um projeto para fortalecer o setor: a Arkmeds Academy.

Possibilitar que, de qualquer lugar, a qualquer momento, você e sua equipe seja capaz de se capacitar com o que há de melhor e mais atual no mercado de Engenharia Clínica e serviços de saúde.

3 – Organize seu próprio evento

Eventos corporativos são ótimos para fortalecer a imagem da sua empresa. Além disso é uma ótima oportunidade para motivar os colaboradores, realizar troca de experiências ou até mesmo realizar o lançamento de novos produtos ou serviços.

Em 2018 realizamos o primeiro EC SUMMIT e foi uma experiência incrível. Ver parceiros, colaboradores, estudantes e referências do setor reunidos foi algo sem preço!

ec summit

Plano de contingência

Problemas acontecem, correto?

Por mais que trabalhemos de forma preventiva, não dá para evitar que alguns imprevistos aconteçam. E é nesse momento que o plano de contingência de equipamentos médicos se faz fundamental para minimizar o impacto destas situações inesperadas.

Estar preparado para o pior cenário ajudará sua instituição a ser mais rápida na tratativa e consequentemente reduzirá os riscos à equipe e ao paciente.

E quais as principais vantagens em se ter um plano de contingência eficiente? Podemos citar alguns:

  • Evite chamados fora do expediente da equipe técnica.
  • Esteja preparado para sobrecargas de pacientes.
  • Você será cobrado disso (exigência em auditorias).

E para alcançar resultados consistentes, alguns passos devem ser seguidos:

passos plano de contingências
  • Defina o que é crítico ou de importância estratégica.
  • Elabore em conjunto com todo o corpo clínico
  • Defina uma sequência de alternativas internas e externas
  • Registre os contatos e o tempo máximo previsto para cada ação
  • Divulgue amplamente

Nossos parceiros da Equipacare produziram um material completo explicando cada uma dessas etapas e você consegue conferir tudo aqui desse post!

Plano de investimento e atualização tecnológica

Um hospital não é uma empresa comum.

Mesmo se for uma empresa privada que precisa se sustentar com recursos próprios, a instituição de saúde tem uma missão muito mais nobre que o lucro: salvar vidas.

Existem diversas métricas que podem ser mensuradas em um hospital, mas podemos dividi-las em três grandes grupos:

indicadores operacionais são medições, como a taxa de ocupação hospitalar, o tempo médio de internação e a satisfação dos pacientes. São as métricas que ajudam o gestor a entender a “capacidade produtiva” do hospital.

indicadores clínicos são mensurações como o índice de infecção hospitalar e a taxa de mortalidade hospitalar. Estão diretamente relacionados a problemas que devem ser solucionados e ao desempenho efetivo da instituição em sua missão de salvar vidas.

indicadores financeiros são como os KPIs de qualquer empresa. Aqui entra o retorno sobre o capital investido, a margem operacional e outros similares.

Para operar em alta performance e conseguir indicadores positivos, é fundamental que o hospital invista em tecnologia recente e de ponta. O engenheiro clínico é o profissional capaz de identificar os pontos vulneráveis da estrutura hospitalar que podem ser fortalecidos por novos equipamentos e softwares.

Identificar lições valiosas a partir dessas métricas e conseguir entender como a atualização do parque tecnológico pode impactar positivamente são parte do trabalho do engenheiro clínico, que faz essa integração entre saúde e TI no ambiente hospitalar.

Gestão de contratos

No caso em que os serviços de manutenção são terceirizados, o engenheiro clínico é o responsável por fazer a gestão dos contratos.

Existem vários tipos de contrato de manutenção que explicamos com mais detalhes nesse artigo. Porém os dois mais comuns são:

  • Contrato de serviços por período determinado
  • Contrato de serviço sob demanda

Para cada tipo de contrato existe um passo a passo para solicitar o serviço coberto.

No caso dos serviços sob demanda por exemplo o engenheiro clínico deve aprovar o orçamento feito pela empresa terceira e avaliar, por exemplo, se o equipamento já deve ser substituído.

Já nos serviços por tempo determinado, o serviço pode ser realizado no hospital ou ser enviado à empresa. Além disso todos os dados de envio, segurança, embalagem devem ser cuidadosamente seguidos para evitar qualquer problema na devolução do equipamento.

E como eu consigo facilitar todos esses registros?

São muitos pontos para serem registrados e qualquer erro pode gerar muita dor de cabeça.

Contar com uma ferramenta que centralize e garanta a confiabilidade dos dados é fundamental, por isso a adoção de um software de Engenharia Clínica se faz necessária.

Nas próximas sessões iremos falar mais sobre esses sistemas, recomendamos que dê uma olhada!

Tecnovigilância

A preocupação com a segurança clínica do paciente é um tema constante em todas as instituições de saúde.

Seguindo as orientações da ANVISA a tecnovigilância se volta para:tecnovigilancia

  • identificação
  • monitoramento
  • prevenção
  • ações relacionadas à segurança clínica dos equipamentos médicos.

Por isso, também deve ser implantada nas instituições hospitalares para alcançar o nível de excelência em saúde.

E quais os principais passos para implementar a tecnovigilância?

Faça um inventário dos equipamentos hospitalares: Nele será possível identificar os equipamentos obsoletos, os que necessitam de calibração, manutenção preventiva ou corretiva e ainda aqueles que estão novos, mas sem utilidade.

Elabore procedimentos padronizados (POP): forma de detectar e corrigir pequenas irregularidades por parte dos funcionários do setor. Também devem ser estruturadas nesses documentos ações relacionadas aos primeiros socorros em caso de acidentes envolvendo os pacientes

Comunique irregularidades ao setor de Engenharia Clínica: Somente os técnicos com conhecimento específico poderão distinguir se o problema é pequeno ou grave e o quanto isso pode comprometer a produtividade dos serviços clínicos.

Notifique os principais danos ao paciente para a Anvisa: Essa instituição avaliará as informações coletadas pelo hospital e poderá tomar medidas preventivas para todo o Brasil, que incluem desde a interdição e recolhimento da tecnologia até a suspensão da comercialização.

Capítulo 5 - Manutenção de equipamentos

Manter práticas apenas corretivas (somente quando o equipamento está danificado) sem nenhum planejamento ou elaboração de uma estratégia para evitar a falha do equipamento hospitalar é uma forma pouco eficiente de conduzir as manutenções.

Isso pode afetar diretamente a rentabilidade financeira dos hospitais.

Falando nisso, podemos destacar os 3 principais tipos de manutenção aplicados:

Preditiva: esse tipo de manutenção, menos utilizado, visa antecipar possíveis problemas baseando-se no monitoramento constante dos dados de cada equipamento ao longo do tempo.

Preventiva: trata-se de uma manutenção programada baseada na priorização de equipamentos, elaboração de roteiros e cronogramas. Nesse artigo falamos mais sobre os 5 passos para um bom planejamento, vale a pena conferir!

Corretiva: esse tipo de manutenção deve ser evitado a todo custo. Isso porque ela é necessária quando há grande desgaste ou falha do equipamento. O tempo de parada do equipamento acarreta em altas perdas financeiras para o hospital.

De todas as despesas que cabem em um hospital, o seu parque tecnológico se destaca como o que mais gera custos.

Os Primeiros passos para elaborar um planejamento de manutenções preventivas eficiente são:

  • Mapeamento do parque tecnológico
  • Levantamento das dificuldades com os equipamentos
  • Cronograma
  • Avaliação dos custos de manutenção
preventiva

Caso queira se aprofundar nesses passos, sugerimos que leia esse artigo sobre como evitar os altos custos com manutenção!

Mas afinal, devo ou não terceirizar o serviço?

Como dito na seção sobre gestão de contratos, o porte da instituição da saúde e outros fatores são decisivos nessa tomada de decisão.

O fato é que a falta de preparo de uma equipe ou pessoa responsável por equipamentos de alta tecnologia pode gerar – e gera – perda financeira.

Uma opção para um hospital de pequeno porte é, por exemplo, elaborar contratos precisos e rigorosos com prestadores de serviço de engenharia clínica e assim evitar falhas ou perdas.

Já para hospitais de grande porte, com parque tecnológico avançado, a melhor opção é ter uma equipe de engenharia clínica interna.

Em resumo…

Para evitar os altos custos de manutenção, é importante que diretores, gestores e demais funcionários envolvidos se reúnam e façam o planejamento – isso inclui mapeamento do parque tecnológico, levantamento das dificuldades enfrentadas e cronogramas.

Também avaliar os custos atuais de manutenção e por fim, decidir qual a melhor opção para instituição de saúde naquele momento, optando por terceirizar ou implementar uma equipe interna de engenharia clínica.

A Endobrax e a Arkmeds tem feito uma parceria de sucesso para otimizar os serviços de manutenção, saiba todos os detalhes no case que publicamos em nosso blog.

 

Capítulo 6 - Calibração de equipamentos médicos

O que é e qual sua importância

A calibração de equipamentos hospitalares é um conjunto de atividades que devem ser realizadas para garantir o desempenho satisfatório da tecnologia que está sob avaliação. Ela deve ser executada frequentemente, de acordo com as características determinadas pelo fabricante do produto.

A calibração é subdividida em duas etapas: aquisição e processamento de dados.

Na primeira etapa são executadas as medições com o rigor metodológico que o equipamento precisa.

Na segunda etapa são empregados cálculos estatísticos definidos pelos órgãos fiscalizadores para processamento dos dados. Nessa fase se observa a porcentagem de distanciamento dos parâmetros normais aceitáveis.

Mas por que realizar a calibração de equipamentos médicos?

Podemos destacar 4 fatores fundamentais:

  • Garantia de confiabilidade e otimização da utilização dos equipamentos
  • Maior segurança para o paciente
  • Redução dos custos com a manutenção corretiva
  • Adequação às exigências da legislação

Baixe o guia completo sobre a Calibração em Equipamentos Médicos aqui!

ebook calibracao

A seguir vamos falar um pouco mais sobre algumas atividades complementares à calibração que geram certa confusão entre as pessoas.

Ajuste, verificação, regulagem… Qual a diferença?

Dentro da metrologia, além da calibração, existem outras operações correlatas denominadas verificação, ajuste e regulagem.

Verificação: Através da aplicação de um ou dois padrões no sistema de medição a verificar, são quantificados erros de medição apresentados, que são comparados aos limites de especficação ou aos resultados das últimas calibrações. O procedimento de verificação é concebido para ser, ao mesmo tempo, de fácil aplicação e eficaz.

Regulagem: uma ação corretiva que visa fazer coincidir, da melhor forma possível, o valor indicado pelo sistema de medição com o valor correspondente do mensurado. Sua dife ença em relação ao ajuste é o fato de ser realizada pelo usuário comum, com os controles externos naturalmente disponibilizados ao usuário pelo fabricante para este fim.

Ajuste: uma ação corretiva, normalmente efetuada após uma calibração ou verificação, quando é detectado que o desempenho metrológico do meio de medição não está em conformidade com os padrões de comportamento esperados.

Ex: A alteração do fator de amplificação (sensibilidade) de um medidor de forças elétrico por meio de um potenciômetro interno.

Certificado de calibração

Para garantir que os equipamentos médicos estão em conformidade para uso é necessário um certificado que comprove que a calibração foi realizada corretamente.

Vários são os aspectos considerados nesse certificado. Podemos destacar:

  • Rastreabilidade do equipamento
  • Incerteza de medição
  • Critérios de controle e aceitação

Além disso, algumas informações são fundamentais como tolerância do processo, frequência de calibração, datas da última e próxima calibração…

A correta interpretação do certificado de calibração envolve vários passos. Caso queira se aprofundar mais no assunto recomendamos o curso ministrado pelo Thiago Bajur. No link abaixo você pode ver todo o escopo do curso:

Interpretação de Certificado de Calibração de Equipamentos Médicos

Planilha de calibração x Software de calibração: Qual melhor opção?

A fim de otimizar o controle dos dados e a gestão das informações que envolvem o processo de calibração, a melhor saída seria informatizar as etapas deste processo.

De acordo com o item 7.11.3 da ISO/IEC 17025:2017, os sistemas de gestão da informação laboratorial devem:

  • Ser protegidos contra o acesso não autorizado;
  • Ser protegidos contra adulteração ou perda;
  • Ser operados em um ambiente que esteja em conformidade com as especificações do fornecedor ou do laboratório ou, no caso de sistemas não informatizados, prover condições que protejam a exatidão dos registros e transcrições manuais;
  • Ser mantidos de forma que assegurem a integridade dos dados e informações;
  • Incluir o registro das falhas do sistema e as ações imediatas e corretivas apropriadas.

Se você ainda não possui um fluxo de trabalho automatizado, provavelmente vai se identificar com algumas dessas situações:

  • Gasto com impressão de inúmeros papéis para anotação dos dados coletados
  • Perda de hora técnica para encontrar e preencher todas as folhas de rosto
  • Possíveis erros de anotação dos dados coletados
  • Perda de tempo administrativo para analisar as informações e gerar os certificados de calibração
  • Tempo longo de entrega dos certificados
  • Acúmulo de papéis em arquivo físico, dificultando a localização de documentos

Caso tenha se identificado com essa situação, provavelmente já está curioso para saber como solucionar esses gargalos que podem estar prejudicando o desempenho e a produtividade da sua equipe.

fluxo calibração

59% de economia de tempo automatizando atividades do seu dia-a-dia.

Consegue imaginar a infinidade de possibilidades com esse tempo? Sem falar no acesso a relatórios de desempenho que te auxiliam na tomada de decisão.

Se quiser saber como chegar nesses valores, recomendamos você dar uma olhada no sistema de gestão de calibração desenvolvido pela Arkmeds.

Capítulo 7 - Tecnologias para Engenharia Clínica

Engenharia hospitalar 4.0

Para quem ainda não conhece, esse novo conceito derruba as barreiras tradicionais que existem entre as várias fases de desenvolvimento de produtos e soluções, permitindo que todos possam compartilhar dados entre todos os segmentos da empresa. Com todos trabalhando juntos, a inovação acontece mais rápido.

Essa revolução deve ser acompanhada em vários setores e o hospitalar não fica de fora.

Abaixo você vê os pilares da Industria 4.0 e veja se já está se preparando  para acompanhar essa onda!

industria 4.0
Fonte: Endeavor.org.br

Monitoramento da cadeia do frio

Antes de um medicamento ser consumido por você, existe um complexo processo de estocagem, você sabia?

Dentro de um hospital existem diversos produtos que devem ser conservados em uma determinada faixa de temperatura para garantir a sua qualidade, os chamados produtos termolábeis.

Para garantir a integridade desses produtos é necessário alguns cuidados, como:

  • Utilização de equipamentos específicos para monitoramento da temperatura;
  • Certificar-se de que o produto recebido está dentro da faixa de temperatura ideal;
  • Armazená-lo em local apropriado e acompanhar a sua temperatura durante todo o tempo em que estiver estocado;
  • Transportá-lo em maletas e caixas térmicas apropriadas e no menor tempo possível;
  • Utilizá-lo dentro do período de tempo estimado que o mesmo possa ficar fora de refrigeração;
  • Criação de POPs (procedimentos operacionais padrões) próprios para a cadeia do frio, com o intuito de orientar os profissionais.

O monitoramento manual ainda é o mais utilizado no Brasil. Qual o problema?

Uma queda de energia, por exemplo, pode ser identificada tarde demais para salvar os produtos.

Escrevemos um artigo explicando a importância e como automatizar o monitoramento da cadeia do frio, vale a pena conferir!

Software de gestão de Engenharia Clínica

Alta disponibilidade e confiabilidade do parque tecnológico com um custo ótimo.

Para que o setor consiga atingir esse estado é preciso ter informações documentadas e padronizadas. Só dessa maneira é possível transformar esses dados na estratégia para otimizar os processos.

Sem a tecnologia correta, toda gestão é prejudicada. Vale ressaltar que apenas o módulo de manutenção de um ERP não é suficiente, pois você não encontrará:

  • Indicadores de desempenho em tempo real
  • Controle dos planos de manutenção e calibração.
  • Otimização do tempo com a geração de relatórios automáticos.
  • Melhores práticas para certificações e acreditações
  • Comunicação eficiente entre a Engenharia Clínica e os demais envolvidos no processo.
  • Confiabilidade ao principal ativo do hospital: o paciente!

Mas além dos pontos a cima, o que um bom software de Engenharia Clínica irá te proporcionar?

  1. Gestão eficiente de todo o inventário.
  2. Diminuição do custo com mão de obra devido ao aumento da produtividade.
  3. Redução de tempo de parada do parque tecnológico e de manutenções corretivas.

Esses são apenas alguns pontos que um software de gestão de Engenharia Clínica proporciona se utilizado corretamente.

Mas então basta adquirir um dos softwares para alcançar esses resultados?

Não é bem assim.

Imagine que você nunca teve um celular e decide comprar um de última geração.

Por conta própria, provavelmente você não conseguirá tirar o máximo de proveito que ele tem a oferecer e demorará um bom tempo até conseguir um aproveitamento ao menos satisfatório do mesmo.

Contar com alguém que já entende do assunto irá te salvar não só tempo como dinheiro.

Isso é o que a Arkmeds faz com seus mais de 200 parceiros espalhados pelo país: oferecer o apoio de um profissional que já vivenciou dezenas de processos distintos irá fazer com que você, sua equipe e empresa tire o máximo de proveito do software de Engenharia Clínica.

Se quiser entender um pouco melhor como ocorre esse processo basta acessar o link abaixo para que um de nossos consultores possa tirar qualquer dúvida que tenha:

Capítulo 8 - Acreditações e certificações

ONA

Busca por melhoria constante da qualidade na assistência e gestão procurando harmonia entre as áreas médica, tecnológica, administrativa, econômica e assistencial.

Essa é a principal missão da ONA ao incentivar o setor de saúde para o aprimoramento da gestão de qualidade da assistência, por meio do desenvolvimento de um sistema de acreditação.

Para conseguir a acreditação ONA, o hospital deve fazer que as suas 7 seções interajam e comuniquem de maneira ágil e eficiente.

Além disso, dentro de cada seção há subseções divididas em 3 níveis de acreditação, cada qual com a listagem com o que será cobrado. São elas:

ona

     Acreditado ONA

     Acreditado ONA pleno

     Acreditado ONA com excelência

Escrevemos um ebook completo descrevendo o papel da Engenharia Clínica para obter essa acreditação, vale a pena conferir!

ISO 9001:2015

A ISO ( Organização Internacional para Padronização) se refere a um padrão de gestão de qualidade globalmente utilizado para padronizar e melhorar o atendimento ao cliente.

iso 9001:2015

A ISO 9001:2015 especificamente foca em 7 princípios da qualidade. São eles:

  • Foco no cliente
  • Liderança
  • Engajamento dos colaboradores
  • Estabelecer processos
  • Tomada de decisão baseade em evidências
  • Melhoria contínua
  • Gestão de relacionamentos

ISO 17025:2017

Essa ISO define os requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração.

Durante o processo de auditoria feito pelo INMETRO, a empresa deve definir qual é a área de atuação bem como todas as características técnicas para que sejam identificadas possíveis não conformidades para serem corrigidas.

Abaixo a estrutura básica de um sistema de gestão da Qualidade para Laboratórios:

qualidade laboratórioFonte: OLIVARES, Igor Renato Bertoni. Gestão de Qualidade em Laboratórios. 3. ed. Átomo&Alínea, 2015. 160 p.

NIAHO

A National Integrated Accreditation for Healthcare Organization (NIAHO) desenvolvido pela DNV, é o primeiro sistema a oferecer um programa de acreditação hospitalar utilizando como premissa básica a conformidade com a norma ISO 9001.

O programa de acreditação NIAHO é aplicado mundialmente em unidades hospitalares que buscam reconhecimento e aprovação em padrões mundiais.

O foco principal dessa certificação é a segurança do paciente.

JCI

A missão da Joint Commission International (JCI) é melhorar a segurança e a qualidade de cuidados na comunidade internacional por meio de oportunidades de formação, publicações, consulta e serviços da avaliação.
 

Essa avaliação pode ser divida em 4 seções:

Seção 1: exigências para participação na acreditação.

Seção 2: Padrões centrados no paciente como segurança e direitos da família.

Seção 3: Padrões de gestão da instituição de saúde como governança, liderança e direção.

Seção 4: Padrões de hospital de centro médico acadêmico como programa de pesquisa envolvendo seres humanos.

Capítulo 9 - Onde estudar

Hoje não existe uma Graduação em Engenharia Clínica no Brasil.

Dessa maneira, deve-se realizar a graduação em alguma Engenharia reconhecida pelo CREA e posteriormente especializar-se na área. Além disso, há vários cursos técnicos nos diversos ramos que um engenheiro clínico pode trabalhar bem como cursos com temas bastante específicos.

A seguir listamos as principais opções encontradas no Brasil (caso saiba de algum outra nos avise!):

Nível técnico

Local: SENAI
Curso: Técnico de Equipamentos Biomédicos
Duração: 1200 horas

Local: ETER
Curso: Técnico de Equipamentos Biomédicos
Duração: 1200 horas

Local: EPSJV
Curso: diversos (ver site)

Local: ETE
Curso: Técnico de Equipamentos Biomédicos
Duração: 3 anos

Especializações

Local: Instituto E-Class
Curso: Engenharia Clínica
Duração: 15 meses

Local: UNICAMP
Curso: Engenharia Clínica
Duração: 1 ano

Local: Universidade de Brasília
Curso: Especialização em Eng. Clínica
Duração: 450 creditos + TCC

inatel

Local: INATEL
Curso: Pós graduação em Eng. Biomédica e Eng. Clínica
Duração: 2 anos

Local: Faculdade UCL
Curso: Engenharia Clínica
Duração: 1 ano

albert einstein

Local: Hospital Israelita Albert Einstein
Curso: Pós graduação em Eng. Clínica
Duração: 1 ano

Capítulo 10: Mercado de trabalho

Conforme estudo divulgado pela Confederação Brasileira de Engenharia Biomédica, os profissionais que atuam na engenharia clínica são em maioria tecnólogos, engenheiros eletricistas e engenheiros em eletrônica.

Nessa pesquisa foi mostrado que 34% dos profissionais atuantes já possuem a especialização em engenharia clínica, enquanto 20% possuem título de mestrado, sendo esse o mesmo percentual dos graduados.

Principais pré-requisitos por cargo

 

Capítulo 10 - Conclusões

Atualmente, o mau uso dos equipamentos médico-hospitalares e demais tecnologias biomédicas é uma das
principais barreiras ao sistema de saúde. Esse é o momento de melhorar o controle, trazendo melhorias financeiras que refletirão na qualidade de vida da população.

A boa utilização dos recursos tecnológicos está altamente relacionada ao equilíbrio financeiro das instituições de saúde e aos serviços oferecidos.
Para um hospital, por exemplo, não basta ter bons médicos e profissionais. É preciso saber controlar seus ativos, otimizando ao máximo os benefícios e controlando os custos relacionados à tecnologia. Dessa forma, é possível manter um atendimento de qualidade no longo prazo.

Com mais de 15 anos de experiência na área médica, a Arkmeds entende os verdadeiros desafios, problemas e falhas de gestão que costumam ocorrer na engenharia clínica.
Por isso, trabalha com base no conceito de hospitais inteligentes. A empresa acredita que a vida dos pacientes de um hospital não depende exclusivamente dos médicos. Pelo contrário: é essencial ter um supervisor capaz de auxiliar em tomadas rápidas de decisões.

Ao longo desse material procuramos falar mais sobre os principais assuntos que se relacionam com o setor de Engenharia Clínica.

Caso você tenha qualquer dúvida, comentário ou sugestão estamos ansiosos para saber!

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