O que é a Telemedicina
A telemedicina tem uma origem na palavra grega “tele” que significa distância.
É um processo avançado para o monitoramento de pacientes, troca de informações médicas e análise de resultados de diferentes exames.
É um grande avanço que tivemos principalmente com a pandemia, onde as pessoas evitavam sair de casa e assim começaram a fazer suas consultas de forma online. Umas práticas que antes não eram aprovadas começaram a ser regularizadas e tiveram grande aceitação da população da classe média.
A telemedicina tem o grande potencial de melhorar o atendimento em saúde no país, pois facilita os processos ao colocar um maior número de pessoas em contato com a saúde de forma online e bem estruturada, conectadas a profissionais capacitados para esse tipo de assistência.
Ao contrário do que muitos pensam, a telemedicina não é uma inimiga da medicina tradicional, já que vem, na verdade, para aprimorá-la, e não substituí-la, afinal, ela representa um avanço tecnológico na área médica e de saúde, a qual continua dependendo do lado humano.
Quais são os tipos existentes de telemedicina?
Existem 2 áreas de atuação da telemedicina: Telelaudos e Teleassistência
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Telelaudos
Sendo a principal área da telemedicina no país, a emissão de laudos à distância ou os telelaudos são apresentados em softwares de saúde que promovem o recebimento de exames – como os de imagem (telerradiologia), eletrocardiogramas, eletroencefalogramas e outros – para análise e laudos de especialistas.
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Teleassistência
Este tipo de atendimento médico à distância traz diversos serviços da rotina clínica para o ambiente digital, tais como triagem, orientação da saúde, monitorização do paciente e consulta entre médicos para segunda opinião de diagnósticos, tudo por comunicação dentro de plataformas online realizada por videoconferência, áudio ou chat, seja pelo computador ou celular.
A Inteligência Artificial aplicada na telemedicina
A inteligência artificial (IA) tem sido uma grande aliada dos médicos. O cruzamento de dados e informações entre diferentes sistemas permite que os médicos tenham uma visão completa
(360) do paciente, ao permitir a interoperabilidade entre sistemas e a emissão de relatórios de gestão populacional.
Essa metodologia possibilita visões diferenciadas para os hospitais e clínicas, os ajudando a obter dados de diversas ações para combate a doenças com uma ampla base de dados, a inteligência artificial consegue identificar alterações milimétricas e apontar para o médico responsável pelo laudo do exame com 90% de acurácia onde há indicativo de alguma anomalia, e a agir de forma preditiva de acordo com os casos de suas localidades de acordo com os dados.
Regulamentação
O Prof. Dr. Genival Veloso de França, em seu artigo “Telemedicina: breves considerações ético-legais”, publicado na Revista Bioética pelo CFM, em seu volume 8, número 1, 2.000 [2], cita que, segundo as Normas Éticas de Utilização da Telemedicina da Associação Médica Mundial, recomenda-se que:
– promovam programas permanentes de formação e avaliação das técnicas de medicina a distância, no tocante à qualidade da relação médico-paciente, sua eficácia e custos;
– elaborem e implementem, junto com as organizações especializadas, normas de exercício capazes de serem usadas como instrumento na formação de médicos e de outros profissionais de saúde capazes de utilizar a telemedicina; que se fomente a criação de protocolos padronizados;
– incluam os problemas médicos e legais nos programas de teleassistência, como a qualificação dos médicos destes recursos, a forma de responsabilidade ética e legal dos profissionais envolvidos e a obrigação da elaboração dos prontuários médicos; e
– estabeleçam normas para o funcionamento adequado das teleconsultas, onde sejam incluídas as questões ligadas à comercialização e exploração destes sistemas.
Situação da Telemedicina no Brasil
Em um estudo realizado em 2018, as regiões Sudeste e Sul do nosso país concentram 72% dos médicos com especialidades. São 154 profissionais com residência médica por 100 mil habitantes na Região Sudeste, índice que, na região Norte, é três vezes menor. Isso significa que, por meio da telemedicina, é possível levar médicos especialistas a regiões remotas e de longa distância e promover um atendimento com alta velocidade. Ou seja: essa especialidade quebra barreiras de tempo e espaço!
No mundo, a telemedicina teve o seu surgimento oficial nos anos 60. Já no Brasil, 15 anos depois, por meio da disciplina de Informática Médica da Faculdade de Medicina da USP, período em que a revolução digital ainda era uma incógnita, o que não valorizava o alto potencial da área.
Entretanto, em 1990, uma empresa privada passou a realizar diagnósticos de eletrocardiograma por fax, tornando este o grande marco nacional da telemedicina, demonstrando a possibilidade da realização de laudos de forma remota.
Em 2002, foi fundado o Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde, garantindo a discussão periódica do tema, com a apresentação de tendências digitais mundiais, o que trouxe alta credibilidade para o setor. E, desde então, as pesquisas e investimento na área só aumentam e favorecem cada vez mais a população e os profissionais de saúde.
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