Tudo o que precisa saber para se tornar um especialista no assunto
A Manutenção de Equipamentos Hospitalares vai muito além de apenas consertá-los quando ele para após acontecer uma falha. O objetivo principal desse setor é garantir que os ativos desempenhem suas funções em sua máxima capacidade e pelo maior tempo possível, sempre tendo a segurança do paciente como missão.
Independente se o Estabelecimento de Assistência à Saúde (EAS) tem um setor próprio de Manutenção ou se os serviços são realizados por uma empresa prestadora de serviço, deve-se criar, implementar e acompanhar um sistema que garanta uma gestão eficiente de todo o parque tecnológico do centro da saúde, hospital ou clínica.
Aqui vale lembrar que, para toda essa engrenagem funcionar, todos os participantes devem desempenhar seu papel:
técnicos devem estar em constante capacitação sobre as mais novas tecnologias, o setor administrativo deve dar o suporte quando necessário, como para aquisição ou substituição de equipamentos e o líder da equipe de manutenção deve acompanhar de perto a qualidade do serviço prestado.
Nesse guia completo vamos abordar desde conceitos fundamentais, ferramentas, indicadores de desempenho, como tornar uma empresa de manutenção LUCRATIVA, até as melhores práticas para se implementar um setor de Manutenção de Equipamentos Hospitalares de referência.
Então, vamos lá!
#1
Manutenção Preventiva, Corretiva, Preditiva. Você sabe o conceito? Quando aplicar? Quais melhores práticas? Em que momento nos encontramos? Neste tópico iremos aprofundar mais nesses assuntos!
Antes de falarmos sobre a evolução da manutenção, precisamos entender quais são os principais tipos existentes. Acredito que você já conhece esses conceitos mas vamos dar uma breve explicação para que não fique nenhuma dúvida.
Esse tipo de manutenção corrige uma falha ou um desempenho menor do que deveria ser entregue. Por acontecer, em sua maioria, de maneira inesperada, há altos custos envolvidos devido a parada dos serviços envolvidos com o equipamento, aquisição de peças sem planejamento e custos indiretos.
Seu principal objetivo é evitar que as falhas ocorram pois a substituição completa de um dispositivo ou um reparo de emergência são frequentemente mais caros do que a manutenção de rotina. Além disso, alguns equipamentos são críticos para a segurança do paciente (ventiladores pulmonares, por exemplo) e sua falha geram graves consequências.
A periodicidade por ser baseada em inspeções constantes, em tempos predeterminados ou em determinadas condições que o equipamento apresenta.
Entramos em mais detalhes sobre o assunto no ebook abaixo, vale a pena conferir!
Com a evolução do acompanhamento, análise e interpretação dos dados dos equipamentos, tornou-se possível predizer o tempo de vida útil dos componentes dos equipamentos e as condições necessárias para maximizar esse tempo.
Com esse tipo de manutenção é possível saber qual o estado atual do equipamento e assim reduzir o número de paradas de emergência e os custos envolvidos com o mesmo.
Bom, agora vamos falar sobre a evolução da manutenção ao longo das décadas.
Até a década de 1930 não havia grande preocupação com a produtividade dos equipamentos e por esse motivo as manutenções não eram comum.
A partir da década de 1940, durante o período da 2ª Guerra Mundial pôde-se indentificar, mesmo que timidamente, uma evolução na área. Essa é considerada a primeira geração, segundo Alan Kardec & Julio Nascif, e iremos falar um pouco mais sobre ela e quais foram as evoluções desde então!
Período: até meados da década de 1940
Expectativa em relação à Manutenção: basicamente lubrificação e reparo após falha (corretiva)
Visão quanto a falha do equipamento: com o tempo os equipamentos apresentam desgaste e por isso falham.
Mudança nas técnicas de Manutenção: técnicas voltadas para o reparo dos equipamentos.
Período: meados da década de 1940 à meados da década de 1960
Expectativa em relação à Manutenção: a necessidade de maior disponibilidade dos equipamentos bem como a redução com custos de manutenção fez com que de buscasse um aumento da vida útil dos mesmos.
Visão quanto a falha do equipamento: de acordo com a curva na banheira (explicaremos esse conceito mais a frente).
Mudança nas técnicas de Manutenção: início das manutenções preventivas de acordo com o tempo.
Período: meados da década de 1960 à meados da década de 1980
Expectativa em relação à Manutenção: maior confiabilidade e melhor custo benefício para os equipamentos.
Visão quanto a falha do equipamento: de acordo com a Manutenção Centrada da Confiabilidade, existem 6 padrões de falha.
Mudança nas técnicas de Manutenção: início das manutenções preventivas bem como uso de computadores mais modernos para análise e interpretação dos dados de manutenção.
Período: meados da década de 1980 à meados da década de 2000
Expectativa em relação à Manutenção: nessa geração a segurança do paciente passou a ser um dos principais pontos a ser melhorado.
Visão quanto a falha do equipamento: reduzir as falhas prematuras devido aos padrões identificados.
Mudança nas técnicas de Manutenção: análise cada vez maior das causas de falha bem como redução drástica de manutenções preventivas e corretivas não programadas.
Período: meados da década de 2000 até os dias atuais.
Expectativa em relação à Manutenção: otimizar o ciclo de vida dos equipamentos.
Visão quanto a falha do equipamento: ciclo de vida do equipamento planejado desde o seu projeto para reduzir as falhas.
Mudança nas técnicas de Manutenção: garantir que os ativos operem em máxima eficiência participando desde o projeto até a operação.
#2
Evitar desperdício. De tempo, esforço e dinheiro. Esse é o papel que um bom PCM deve desempenhar. O resultado será a elevação dos índices de confiabilidade e disponibilidade dos ativos.
E é exatamente sobre esse núclo estratégico que iremos falar nesse tópico.
Fazer menos com menos.
Essa é certamente a visão que o setor de Manutenção de Equipamentos Hospitalares de sucesso deve ter.
Para colocar essa visão em prática, deve haver um líder ou até mesmo um setor responsável por planejar, mensurar e propor melhorias na alocação de recursos para garantir a eficiência e adequação das operações de manutenção.
Muitos são os benefícios de um bom PCM como a minimização de paradas inesperadas, redução de custos e elevação na qualidade dos serviços.
O PCM é peça fundamental para provar que a Manutenção não deve ser vista como um centro de custo mas sim um setor responsável por maximizar os lucros da instituição.
Inclusive, produzimos uma planilha que calcula, baseada nas melhores práticas de PCM do mercado, quanto é possível economizar em um mês ou um ano.
Podemos dividir o PCM, para que fique mais claro, em 3 etapas: planejamento, programação e controle.
Essa é a primeira e talvez mais importante etapa. Nela, após se definir um objetivo a seguir alcançado, deve-se identificar fatores como custos, cronogramas e recursos necessários a fim de manter os ativos disponíveis e com alto índice de confiabilidade.
Após definir o passo a passo da etapa anterior, agora é hora de definir o momento em que ações devem ser feitas. Isso significa, em resumo, dar prazo para as atividades de acordo com os critérios de priorização que foram definidos.
Deixar claro quem é o responsável por cada atividade também é fundamental e ter essa informação visível para todos é uma ótima maneira de controlar prazos e responsabilidades (mais a frente falaremos sobre o Kanban, ferramenta que auxilia bastante nesa etapa).
Nada adianta planejar e programar se não medir a efetividade do que está sendo feito.
E nesse ponto é que muitos erram. No pior caso, não avaliam nada. No caso mais comum, avalia-se apenas ao final de um ciclo e sem se aprofundar nas causas e efeitos.
Analisar o que está acontecendo deve ser um processo contínuo e com indicadores muito bem definidos para que se identifique gargalos e problemas em seus estágios iniciais e assim seja possível colocar em prática o plano de ação o mais rápido possível.
Iremos falar sobre esses principais indicadores da manutenção na próxima seção com maior detalhe!
#3
Os indicadores são fundamentais para análise da saúde dos processos, colaboradores e equipamentos. Sabendo escolher corretamente é possível tomar decisões estratégicas para o crescimento do setor.
E você, sabe quais se adequam a sua realidade? Como interpretá-los? Vamos falar sobre isso agora!
Existe uma quantidade enorme de indicadores da manutenção e ai reside um grande perigo.
Por não entender a fundo sobre o setor é muito comum que indicadores sejam escolhidos apenas para dizer que está sendo acompanhando algo, sem realmente extrair alguma informação relevante daquela variável.
Além disso, outro ponto importantíssimo é frequentemente deixado de lado: constância.
Indicadores estão ai para ajudar no diagnóstico do que está dando certo e o que precisa melhorar e por isso devem ser avaliados regularmente para que as tomadas de decisões sejam rápidas.
Sem mais delonga, vamos listar as principais categorias de indicadores da manutenção.
#4
Nenhum negócio terá sucesso se não houver uma constante busca por melhorias. Além disso, diminuir desperdícios não é mais uma escolha. Vale lembrar que tais mudanças não são fáceis nem rápidas e para tal existem estruturas que auxiliam nesse processo.
Falaremos de quatro agora: o Ciclo PDCA, 5S, o Sistema Kanban e a Manutenção Produtiva Total (TPM).
O conceito de Manufatura Lean (enxuta em português) surgiu na Toyota, no período pós Segunda Guerra Mundial. Seu foco principal é a redução total de qualquer tipo de desperdício, seja ele de recursos materiais, físicos ou humanos.
Aplicada a realidade dos equipamentos hospitalares e laboratoriais, a Manutenção Enxuta age de maneira proativa a fim de maximizar a disponibilidade e confiabilidade dos ativos, aumentando a produtividade de sua equipe e eliminando as fontes recorrentes de desperdício.
Não existe uma receita de bolo para aplicar a Manutenção Enxuta, porém algumas boas práticas podem servir com guia inicial. Os principais passos seriam:
Todo esse processo se baseia nas práticas da Manutenção Produtiva Total (TPM). São 8 pilares (ver imagem abaixo, que não deve ser novidade para você!) que sustentam a estratégia TPM e cada um deles conta com conceitos e ferramentas que iremos falar um pouco mais agora!
Trata-se da base da manutenção enxuta. O foco é na melhoria das pessoas, ativos e a qualidade total.
O principal objetivo dessa política é diminuir ao máximo o Custo do Cíclo de Vida do Equipamento (LCC). Para atingir tais resultados, deve-se:
Com auxilio de ferramentas para identificação e análise das falhas é possível realizar um plano de manutenção eficiente e é exatamente sobre isso que falaremos a seguir!
Quantas vezes você já tomou um antitérmico para tratar de uma febre sem ao menos saber o que a estava causando?
Esse é um exemplo clássico no qual se trata o sintoma e não a causa do problema. E o mesmo ocorre frequentemente na Manutenção de Equipamentos Hospitalares.
Na correria do dia-a-dia pela falta de planejamento, é muito comum gastar mais tempo “apagando incêndios” sem se preocupar em identificar a origem do problema.
A seguir vamos apresentar algumas ferramentas que auxiliam no processo de identificação da causa raiz!
Essa técnica é poderosa pois evita a superficialidade e o “achismo”.
Ao se perguntar o porquê de algo de acontecido mais de uma vez é possível se aprofundar mais nos reais motivos e encontrar evidências que uma simples análise prévia mascararia.
Após identificar a causa raiz dass falhas com alguma das técnicas existentes é hora de parar e entender o que está acontecendo.
A Análise de Modos e Efeitos das Falhas (FMEA), é composta por 4 partes principais:
Vale lembrar que a participação de todos e não só do lider da Manutenção é importante para obter os melhores insights que garantam a criação de um Plano de Manutenção consistente.
Dentro da Manutenção Enxuta o desenvolvimento e organização das pessoas é peça central. A ferramenta 5S visa melhorar cinco sensos presentes em nosso dia-a-dia: de utilização, organização, limpeza, padronização e disciplina.
Os benefícios de um 5S bem executado são muitos como aumento da produtividade da equipe, facilidade da detecção de falhas e principalmente na qualidade do ambiente de trabalho no qual passamos grande parte da nossa vida!
Trata-se de uma metodologia de gestão visual que possibilita ter maior clareza do que está se passando, reduzindo burocracias e acelerando as entregas.
No ambiente da Manutenção de Equipamentos Hospitalares pode ser aplicada em diversas circunstâncias como para controle das O.S ou até mesmo para controle de estoque de peças.
#5
As ferramentas da qualidade tem como objetivo identificar gargalos, planejar e implementar soluções e acompanhar os resultados. Você sabe quais são as principais e como escolher a melhor de acordo com sua necessidade?
É exatamente sobre isso que falaremos agora!
Quando se fala em melhoria contínua dentro da Manutenção de Equipamentos Hospitalares o Ciclo PDCA vem logo em mente.
Trata-se de um método de gestão iterativa, composto por 4 etapas: planejar, desenvolver, conferir e agir.
Não vamos entrar em detalhes em cada uma das etapas pois existem diversos conteúdos bem completos falando sobre o assunto. Mas ai vai uma dica:
Aplicar o PDCA não é garantia de sucesso!
Apesar de simples, se não houver o engajamento de toda a equipe os resultados alcançados não causarão o impacto que o método pode trazer.
Para quem deseja uma técnica mais visual, essa é a pedida. Esse diagrama de causa e efeito funciona da seguinte maneira:
Após identificar um problema (efeito, representado pela espinha central do peixe), enumera-se todas os possíveis grupos de causas. A ideia é ir subdividindo em causas menores até que seja identificado o real motivo.
Essa ferramenta da qualidade é a representação das etapas do processo de maneira gráfica afim de mostrar o caminho a ser seguido para as situações que podem acontecer.
Cada forma geométrica representa um estado diferente, por exemplo: etapa manual, período de espera, processo alternativo, entre outros.
Dessa maneira, é possível ter a compreensão de como ocorrem as interligações do inicio ao fim, desde as atividades, documentos e decisões a serem tomadas até quem são os responsáveis por cada etapa.
Uma dúvida muito comum ao tratar de problemas é saber por onde começar.
Como devo fazer a priorização? É exatamente para isso que serve o Diagrama de Pareto. Ele possibilita que você identifique a frequência das principais causas e ataque aquelas que realmente estão gerando os maiores prejuízos ao setor de manutenção.
Suponha, por exemplo, um equipamento que ficou parado 30 dias no último ano e foram identificadas 10 diferentes tipos de falhas. Desse tempo, 25 dias foram decorrentes de paradas para manutenção corretiva por falta de lubrificação de uma das peças. Dessa maneira, percebe-se que um tipo de falha gera mais de 80% do tempo de parada e por isso deve ser tratado antes das demais.
#6
Alta disponibilidade e confiabilidade do parque tecnológico com um custo ótimo. Para que o setor consiga atingir esse estado é preciso ter informações documentadas e padronizadas. Só dessa maneira é possível transformar esses dados na estratégia para otimizar os processos.
Sem um Software para Gestão da Manutenção é possível?
Os primeiros Softwares para Gestão da Manutenção foram desenvolvidos na década de 1960. Esses eram softwares tradicionais, que demandavam alto investimento em licença e infraestrutura. Além disso, sua função inicial era basicamente abrir e gerir as ordens de serviços.
Com a evolução dos últimos anos, esses softwares passaram a ser em nuvem, o que trouxe diversas vantagens:
Não vamos entrar em detalhe de todas as funcionalidades que ele apresenta, mas é importante deixar claro quais problemas são atacados e quais os benefícios em se ter um bom Software de Manutenção em sua empresa ou setor de manutenção:
Acompanhe o estado de todos os serviços bem como a qualidade do atendimento.
Por meio de um sistema de identicação como os QR Codes é possível ter acesso a toda ficha vida dos equipamentos, além de ser possível abrir chamados ou executar os checklists necessários.
Sem um Software de Manutenção, os chamados são feitos por canais não eficientes como telefone, e-mail ou até boca a boca. Além disso, a entrega de um certificado, por exemplo, pode levar dias. Com um Software de Manutenção esses problemas não existem.
Através do login solicitante, o cliente pode abrir e acompanhar os serviços, bem como assinar e receber os certificados digitalmente e em tempo real.
Ter uma versão mobile não é mais uma opção. Além disso, a falta de internet em campo é uma situação frequente e que não pode ser ignorada.
Com um App Offline, porém, você executa todas as atividades mesmo quando estiver offline. A sincronização dos dados é feita assim que tiver acesso à internet, sem precisar repassar os dados manualmente.
Dados sem serem interpretados não tem nenhum valor.
Hoje já existem Softwares que auxiliam na aquisição, interpretação e análise de dados, possibilitando: identificar riscos ao negócio, revelar oportunidades de otimização dos processos ou indicar possibilidades para aumentar as vendas.
Hoje a Arkmeds já se consolidou como referência no mercado de Software de Gestão da Manutenção de Equipamentos Hospitalares e Laboratoriais.
Com mais de 300 clientes espalhados pelo Brasil, a Arkmeds já tem a expertise de ajudar empresas de manutenção e AES de todos os portes e perfis a atingirem resultados de maneira expressiva.
O que acha de conversa com um especialista?
Ele está te esperando para entender sua realidade e ajudar no que for preciso para levar você e sua instituição a um outro nível.
#7
Nesse processo de implementação do setor de Manutenção existem diversas etapas a serem seguidas como realização do inventário, elaboração da proposta de implantação ou atualização, plano de controle da manutenção e muito mais. Fique com a gente para entender mais sobre cada uma dessas etapas.
Vários fatores são levados em consideração quando uma EAS decide internalizar parcialmente ou totalmente os serviços de Manutenção da instituição:
Nessa seção vamos considerar um hospital de tamanho e complexidade média.
A partir de agora vamos falar os principais passos, de maneira resumida, para a validação e implementação de um setor de Manutenção de Equipamentos médicos dentro de uma EAS.
É natural que ao se ter uma ideia ou projeto novo em mente, haja o desejo de colocá-lo em prática o quanto antes. Mas existem algumas etapas anteriores fundamentais para o sucesso.
Nesse caso é conhecer o que a instituição tem em mãos, ou seja, realizar o inventário de todo parque tecnológico bem como sua precificação.
A precificação pode ser feita de diversas maneiras, sempre lembrando de calcular a depreciação dos equipamentos que ocorre ao longo dos anos.
Com os números exatos em mãos, bem como com informações relevantes sobre os equipamentos, será possível apresentar uma proposta mais assertiva para o setor de manutenção.
Algumas informações que podem ser levantadas:
DICA IMPORTANTE: caso a instituição não tenha nenhum sistema de identificação para os equipamentos, essa é uma excelente oportunidade para implementar um. Através desse sistema, que pode ser, por exemplo, através de um código de identificação ou, melhor ainda, através de um sistema QR Code, é possível garantir a rastreabilidade do equipamento e dos serviços atrelados a ele.
Após realizar os levantamentos do passo anterior é a hora de elaborar a proposta de implementação.
Aqui deve-se estar atento a diversos aspectos e principalmente entender que não existe uma receita de bolo. Cada EAS apresenta pontos fortes e fracos bem como urgências muito específicas.
Algumas perguntas que devem ser respondidas:
É papel do responsável pela proposta de implementação mostrar que o setor de Manutenção não é um centro de custo mas sim de lucro para a EAS. Só assim a administração perceberá o valor do setor e quanto ele é importante para a saúde financeira da instituição.
O setor de Manutenção é responsável não apenas pela manutenção propriamente dita mas também por outras atividades:
A realidade da maioria das EAS do Brasil é realizar a Gestão das atividades de Manutenção em papel. Vários são os prejuízos de realizar essa prática mas vamos ter uma seção falando exatamente sobre isso!
Agora é hora de discutirmos sobre a rotina das Manutenções.
Ter processos bem definidos é diferente de ter processos enrijecidos. A verdade é que, sem uma descrição detalhada do que é necessário para uma atividade ser realizada, as pessoas se perdem facilmente.
É por esse motivo que a criação de um Procedimento Operacional Padrão (POP) é fundamental para eliminar falhas durante o processo de manutenção.
Outro ponto importante da gestão dos equipamentos em que há participação ativa da equipe de Manutenção é na sua aquisição.
Após a equipe do hospital identificar a necessidade de troca ou compra de um novo equipamento, alguns passos são necessários. Podemos destacar:
Após aprovar os passos citados a equipe de Manutenção deve coordenar o recebimento e instalação do equipamento bem como realizar os testes necessários de acordo com o equipamento.
Vale lembrar que, em paralelo, a equipe deve ser treinada para realizar as manutenções caso seja uma tecnologia nova.
Outro papel que cabe ao setor de Manutenção, mais especificamente ao seu líder, é a gestão de serviços externos.
Mas o que seriam esses serviços externos?
Como dito anteriormente, muitas vezes empresas terceirizadas de Manutenção e Engenharia Clínica são necessárias para suprir algumas demandas, seja pela quantidade ou por capacidade da equipe. Alguns exemplos:
Cabe, portanto, ao líder do setor realizar a seleção dos melhores fornecedores e fazer a gestão desses contratos, garantindo a entrega de um serviço com a qualidade acordada e dentro do tempo de atendimento estabelecido.
Todo esse processo de implementação ou adequação só faz sentido caso seja financeiramente vantajoso. Segundo a literatura (Bronzino), os custos da Manutenção devem estar na faixa de 5% e 9% do valor total do parque tecnológico.
Portanto, provar com números concretos a eficiência do setor é fundamental para ter a adesão da administração da instituição.
Quer se aprofundar em casa uma das etapas?
Esse conteúdo tem como referência o manual “Gerenciamento de Manutenção em Equipamentos Hospitalares”. Nele você encontra datalhes de como colocar em prática a implementação do setor Manutenção em uma EAS. Vale a pena conferir!
#8
Nem toda EAS conta com um setor de Manutenção próprio. Para suprir a necessidade dessas instituições existem as empresas que terceirizam esse serviço.
Vamos falar um pouco mais sobre elas e se você é dono ou trabalha em uma, vamos te dar o caminho:
Como tornar sua empresa de Manutenção LUCRATIVA?
Dentro do cenário nacional de Manutenção de Equipamentos Médicos, as empresas prestadoras desse serviço exercem papel essencial no processo.
Como dito anteriormente, cabe ao responsável pelas Manutenções da EAS gerir o contrato com essas empresas. Os tipos mais comuns são:
Vista a grande concorrência dessas empresas e a exigência das EAS por um serviço rápido, de qualidade e com preço competitivo, investir nas tecnologias certas é crucial para atingir o sucesso.
Mas como tornar sua empresa de Manutenção de Equipamentos Médicos LUCRATIVA?
Bem…
já falamos em um tópico anterior sobre a importância em se ter um Software de Gestão de Manutenção.
Mas as vezes não fica claro qual retorno financeiro ele trás para a empresa.
Basicamente, existem 3 maneiras para se lucrar mais com o auxílio do software:
Muitas empresas insistem nas planilhas por não entenderem como seria possível atingir esses valores.
Preparamos um ebook falando mais sobre o assunto e dando um exemplo prático, vale a pena conferir!
Depois de tudo que já falamos nesse post, acredito que deve ter surgido algumas dúvidas:
Onde eu posso chegar atuando no ramo de Manutenção de Equipamentos Médicos? Como anda o cenário brasileiro?
E é exatamente o que iremos abordar na próxima seção!
Está querendo entrar nessa área e está perdido? Quer crescer na área mas não sabe como?
Então você está no lugar certo. Aqui vamos discutir sobre o que o mercado tem exigido e quais as possibilidade para você se tornar um profissional de destaque no cenário nacional!
É crescente a necessidade de profissionais capacitados para atuarem em EAS e empresas de manutenção de equipamentos hospitalares e laboratoriais. Hoje existem cursos técnicos por todo o país, que duram em média 2 anos e abordam em sua grade temas focados principalmente em mecatrônica e eletrônica.
Esse profissional é responsável, principalmente, pelas manutenções corretivas e preventivas dos equipamentos. Além disso, muitas vezes o técnico faz parte do processo de montagem e instalação dos equipamentos quando necessário e também d o planejamento das atividades do setor.
Vale ressaltar que algumas características como saber lidar com clientes, planejamento e gestão das atividades do dia-a-dia são tão importantes como as habilidades técnicas adquiridas durante a formação.
Hoje ainda faltam profissionais especializados nessa área, por isso você não terá dificuldades em encontrar boas oportunidades.
Segundo o portal Love Mondays, a remuneração pode variar de R$ 1.805 a R$ 3.603, dependendo do tempo de experiência e a região de atuação.
A principal atribuição do coordenador se relaciona a itens como supervisão, acompanhamento e avaliação das tecnologias em saúde. Nesse sentido, ele é responsável por avaliar o registro e a incorporação dos novos equipamentos, analisar seu ciclo de vida e prever falhas em sua utilização.
Esse profissional pode trabalhar dentro do ambiente hospitalar como funcionário ou prestar serviços como empregado terceirizado. Também atua como consultor independente, realizando o diagnóstico das empresas, elaborando um plano de ação e avaliando as atividades dos colaboradores.
Hoje ainda faltam profissionais especializados nessa área, por isso você não terá dificuldades em encontrar boas oportunidades.
Segundo o portal vagas.com, a remuneração média desse cargo é de R$ 7.404,00.
Caso você tenha o espírito empreendedor, abrir a sua própria Empresa de Manutenção pode ser uma opção. Para tal, ter habilidades para administração de empresas e aquisição de clientes é fundamental para o sucesso da mesma.
Destacando-se com a entrega de um serviço de qualidade você irá conseguir ótimos contratos com grandes instituições de saúde pelo país.
#10
Você já deve ter se deparado com alguma sigla e ficou se perguntando o que ela significava.
A Manutenção realmente é um universo com muitos termos e essa seção vai apresentar os principais!
Bora aprender!
O universo da Manutenção é grande demais para podermos falar sobre tudo nesse post. Por esse motivo, para não deixar passar em branco, resolvermos falar brevemente sobre alguns termos e conceitos importantes que estão presentes do dia-a-dia da Manutenção.
Lembrou de algum que não está aqui?
Pode deixar um comentário logo abaixo que iremos incluir!
Ciclo de vida do equipamento: tempo no qual o equipamento ainda apresenta capacidade de funcionamento.
Não conformidade: refere-se ao não atendimento de um requisito previamente estabelecido, seja ele interno ou externo à empresa.
CMMS: sigla em inglês para Computerized Maintenance Management System. É o equivalendo aos Softwares de Gestão da Manutenção.
Educação continuada: muitas vezes exigida nas principais certificações e acreditações hospitalares, consiste na constante atualização do profissional nos âmbitos profissional, acadêmico ou pessoal.
Check List: trata-se de todas as atividades que devem ser realizadas pela equipe de manutenção, como valores a serem testados.
O.S: documento que contém todas as informações pertinentes para a realização do serviço como dados do equipamento, do operador e da Check List.
Chamado: é uma solicitação de um serviço feito à equipe de manutenção, podendo ser feita via telefone, e-mail, boca boca ou por um software que realiza a abertura de chamados.
Lucro cessante: valor que a instituição deixou de lucrar referente a um serviço prestado com a utilização de um determinado equipamento por esse estar fora de uso (por conta de uma manutenção, por exemplo).
Zero perda: faz parte da filosofia TPM na qual se busca eliminar qualquer tipo de perda durante as etapas da manutenção.
POP: sigla para Procedimento Operacional Padrão. Refere-se a rotina de procedimentos padrões para realização de determinada atividade.
WCM: sigla em inglês para World Class Manufacturing. É uma metodologia de melhoria de processos, incluída no contexto do Lean.
Curva da banheira: comportamento de um equipamento em relação à taxa de falhas no decorrer do tempo.
EPI: sigla para Equipamento de Proteção Individual. Trata-se de acessórios destinado a proteção contra riscos a sua integridade física.
EPC: sigla para Equipamentos de Proteção Coletiva. Tem como objetivo proteger os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos.
Plano de contingência: planejamento de alternativas para contornar da forma mais rápida possível, eventos inesperados.
Segurança do paciente: ações promovidas pelas EAS para reduzir a um mínimo aceitável, o risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde.
TSE: sigla para Teste de Segurança Elétrica. A norma NBR IEC 60601-1 determina que sejam testados equipamentos cuja falha poderia acarretar risco de segurança, em condição normal ou condição anormal, podendo causar choque elétrico no paciente ou operador.
Teste de performance: teste para verificar se tudo está dentro do que é especificado pelo fabricante do equipamento.
Tecnovigilância: sistema de vigilância de eventos adversos e queixas técnicas de produtos para a saúde na fase de pós-comercialização.
Controle de estoque: garantir a disponibilidade máxima dos equipamentos com o menor nível de estoque possível.